NOVA YORK (Reuters Health) — O consumo de adoçantes de baixa caloria pode promover disfunção metabólica e predispor ao diabetes, particularmente indivíduos com obesidade, sugere uma pesquisa in vitro.
Os adoçantes de baixa caloria promovem o acúmulo de gordura dentro das células de forma dose-dependente, provavelmente aumentando a entrada de glicose nas células pelo aumento da atividade dos transportadores de glicose, relataram pesquisadores durante uma coletiva de imprensa do ENDO 2018 no encontro anual da Endocrine Society, em Chicago (EUA), onde os achados foram apresentados.
O Dr. Sabyasachi Sen, da George Washington University, em Washington (EUA), e colaboradores, estudaram a sucralose – um adoçante de baixa caloria amplamente utilizado – em células-tronco retiradas do tecido adiposo humano. Eles colocaram as células-tronco em placas de Petri por 12 dias em meios que promovem a produção de gordura, para simular um ambiente que promove a obesidade. Em seguida, adicionaram 0,2 milimolar de sucralose, uma dose semelhante à concentração observada no sangue de pessoas com alto consumo de adoçantes de baixa caloria (equivalente a quatro latas de refrigerante diet ao dia). Nessa dose, os pesquisadores observaram a regulação positiva de genes relacionados à produção de gordura e inflamação.
Em um experimento separado, eles analisaram amostras de biópsia de gordura abdominal obtidas de 14 adultos obesos e quatro adultos com peso saudáveis que usavam adoçantes de baixa caloria (principalmente sucralose).
Nos adultos obesos, mas não nos adultos com peso saudável, eles observaram aumento do transporte de glicose para as células e aumento de expressão de genes sabidamente produtores de gordura, em comparação com amostras de biópsia de gordura de adultos que não consumiram adoçantes de baixa caloria.
Nos indivíduos obesos, houve um aumento “estatisticamente significativo” nos genes que controlam a formação de gordura, disse o Dr. Sen na coletiva. Portanto, os adoçantes de baixa caloria “parecem ser mais prejudiciais justamente aos indivíduos para quem esses adoçantes são direcionados, os obesos”, observou ele.
“Acreditamos que o efeito é mais pronunciado em pessoas com sobrepeso e obesas do que naquelas com peso normal, porque as primeiras têm mais resistência à insulina e podem ter glicemia sérica mais elevada”, acrescentou Dr. Sen em um comunicado da conferência.
Dr. Sen e colaboradores dizem que seus experimentos também sugerem que a sucralose promove o acúmulo de espécies de oxigênio reativo inflamatórias nas células. Esses radicais de oxigênio interferem na atividade das células e reduzem o metabolismo, o que promove acúmulo de gordura na célula.
“Isso fornece uma outra explicação de como a sucralose pode interferir no metabolismo”, disse o Dr. Sen.
“Este estudo in vitro sugere que os pacientes obesos podem ser mais sensíveis aos adoçantes de baixa caloria do que os não-obesos, com mudanças ocorrendo em um nível celular que podem predispor a complicações metabólicas”, disse o Dr. Reshmi Srinath, diretor de programa de controle do peso e metabolismo na Icahn School of Medicine no Mount Sinai, em Nova York, à Reuters Health por e-mail.
“Isso sugere que aqueles com sobrepeso ou obesidade devem evitar completamente os adoçantes de baixa caloria”, disse o Dr. Srinath, que não participou do estudo.
Fonte: Reuters
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