Após 5 anos, cerca de 15% dos pacientes submetidos à cirurgia bariátrica não conseguem manter os resultados obtidos com a redução de peso, em um processo conhecido como recidiva da obesidade. Os motivos que levam um grande número de pessoas a recuperar o peso perdido no procedimento podem ser técnicos (envolvendo a própria cirurgia), metabólicos ou psicológicos (ambos relacionados ao paciente).
Esse foi o tema do curso Compreensão e Tratamento da Recorrência da Obesidade , que abriu o XVIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Bariátrica e Metabólica , realizado em outubro, em Florianópolis (SC), pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM). O evento ganhou destaque no site do jornal britânico Bariatric News , periódico internacional de referência na área.
Um dos participantes do congresso, o cirurgião bariátrico Mauricio Emmanuel destacou que o procedimento, isoladamente, não pode ser considerado a cura para a obesidade. “Uma parte dos pacientes tratados não responderá adequadamente à cirurgia e precisará de terapia complementar, como medicamentos, procedimentos endoscópicos, suporte psicológico e, possivelmente, nova operação. Temos de nos mobilizar e oferecer o melhor conjunto de medidas de tratamento”, afirmou.
Para o psiquiatra Hélio Tonelli, o acompanhamento pós-operatório ideal deve combinar farmacoterapia e aconselhamento psicológico. “Vários fatores comportamentais são responsáveis pela recorrência da obesidade, como perda de controle na alimentação, má qualidade de vida e falta de acompanhamento após a cirurgia”, explicou, ressaltando que conhecer os traços de personalidade do paciente é essencial para a compreensão do melhor tratamento, pois algumas pessoas têm mais dificuldade em aderir à rotina de atividades físicas, fundamental para a manutenção dos resultados obtidos com a cirurgia. “O que sabemos é que o automonitoramento das atividades e o controle sobre impulsos e hábitos alimentares ajudam a manter a perda de peso após a cirurgia”, acrescentou.
Já a educadora física Cristina Aquino Machado detalhou como devem ser orientados os exercícios: “A atividade física tem que ser planejada, repetitiva e com objetivos realistas, porque o melhor treino é aquele que o paciente realmente faz”. Ela recomendou ainda que todo o trabalho envolvendo exercícios seja acompanhado por outros profissionais, como nutricionistas e endocrinologistas, já que o sedentarismo do paciente pode ter razões psicológicas ou mesmo físicas.
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